Em editorial publicado na manhã desta segunda-feira, 14, o jornal O Estado de S. Paulo repercutiu um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) que mostrou que o governo atual de Luiz Inácio Lula da Silva tem resultados abaixo do esperado, conforme o previsto no Plano Plurianual (PPA) 2024-2027. O texto conclui que a gestão petista “é o triunfo da ineficiência”.
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De dez programas com metas estipuladas pelo Executivo, apenas o Bolsa Família cumpriu com o planejado. Os demais, concentrados em áreas como saúde, educação, infraestrutura e Previdência, tiveram desempenho insatisfatório. Juntas, as iniciativas representam cerca de 72,5% do Orçamento da União.
“A gravidade dos achados do TCU vai além da má alocação de recursos públicos, por si só problemática em um país de gritantes carências e, como se sabe, sem margem de tolerância para lambanças fiscais”, opinou o jornal.
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“O problema é estrutural: o governo Lula da Silva ainda deve à sociedade um plano estratégico e um compromisso com a eficiência – e não por boa vontade, mas por se tratar de um dos princípios da administração pública inscritos no artigo 37 da Constituição. Mais bem dito: o petista não sabe governar premido pela escassez de recursos e, portanto, é incapaz de fazer escolhas baseadas em critérios racionais. Move-se ao sabor dos indicadores de popularidade.”
Problemas do governo e solução para Lula


O parecer do ministro Jhonatan de Jesus, relator das contas presidenciais no TCU, sugere que os problemas se repetem com frequência. Dessa forma, conforme o Estadão, “desmoraliza qualquer esforço do Palácio do Planalto para transmitir uma mera ideia de planejamento”. O parecer mostra diversas obras paralisadas, metas simplesmente abandonadas, prazos vencidos e ausência de coordenação entre os entes federativos.
Para o jornal, as desculpas de alguns dos ministérios, como escassez de pessoal qualificado, entraves orçamentários e falhas de articulação entre União, Estados e municípios, não devem ser descartadas. Contudo, também não podem servir de álibi para ineficiência de um governo que se encaminha para seu terço final sem dar sinais de mudança.


“O País só tem a perder enquanto o presidente da República insistir no improviso e nessa busca frenética por popularidade a curto prazo”, conclui o Estadão. “É sempre bom lembrar que planejamento, execução e avaliação de políticas públicas não são meras formalidades burocráticas – são condições indispensáveis para que o Estado cumpra suas atribuições com eficiência.”
Além da crítica, o jornal finaliza o texto com uma sugestão ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Para reverter a imagem de desorganização, a gestão deve fazer mais do que apenas gastar: deve gastar bem. “Para isso, deverá adotar mecanismos institucionais permanentes de avaliação, revisão e correção de rumos”, diz o Estadão.
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“Do contrário, continuará desperdiçando recursos públicos ao sabor de suas conveniências políticas, aprofundando a crise de credibilidade de seu governo.”