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Terapia simples pode aliviar síndrome pós-covid, sugere estudo brasileiro

Um grupo de médicos e pesquisadores brasileiros publicou um estudo que aponta para uma abordagem terapêutica simples e acessível no combate à síndrome pós-Spike (PSS). O termo se refere a um conjunto de sintomas prolongados associados à proteína Spike do coronavírus, presente tanto na infecção natural quanto nas vacinas de tecnologia mRNA.

De acordo com o artigo, publicado no periódico IDCases, pacientes diagnosticados com doenças como polimialgia reumática (dor e rigidez muscular), neuralgia do trigêmeo (dor facial intensa e súbita), epilepsia refratária (crises persistentes) e dermatites atípicas apresentaram melhora significativa ao adotar um protocolo baseado em antibióticos, probióticos, ivermectina e nattokinase — uma enzima conhecida por efeitos anti-inflamatórios.

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Sintomas da covid longa

Os casos descritos revelam sintomas semelhantes aos da chamada covid longa, incluindo fadiga intensa, dificuldade de concentração, dores articulares e alterações neurológicas. Segundo os autores, esses quadros podem estar ligados a um processo inflamatório deflagrado pela proteína Spike, o que provoca alterações na flora intestinal e desencadea respostas autoimunes e vasculites (grupo de doenças que compartilham a característica comum de inflamação dos vasos sanguíneos).

O imunologista e coordenador do estudo, Roberto Zeballos, explica que o objetivo é oferecer alternativas de tratamento para os pacientes. “É um divisor de águas”, afirmou o médico. “Os pacientes apresentam melhor em até quatro semanas a oito semanas. O estudo foi revisado por pares. Faremos algo benéfico para o mundo inteiro, que agora enfrenta a covid longa.”

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Além de Zeballos, contribuíram com o estudo os médicos Mariely Helbingen, Paulo Porto de Melo, Francisco Cardoso, Caio Salvino, Ewerton Seródio e Edimilson Migowski. Esse grupo acompanhou cinco pacientes que não obtiveram melhora com os protocolos usuais, mas responderam de forma satisfatória ao novo tratamento.

O protocolo adotado incluiu:

  • uso de ciprofloxacino por cinco dias para conter bactérias resistentes;
  • probióticos com cepas específicas de Bifidobacterium e Lactobacillus por 90 dias;
  • nattokinase (100 mg, duas vezes ao dia) para melhorar a microcirculação; e
  • ivermectina (dose proporcional ao peso, três vezes por semana) por dois meses.

Segundo o estudo, a combinação ajudou a reequilibrar a flora intestinal, a reduzir a inflamação e a combater possíveis reservatórios intestinais do vírus ou da proteína Spike. Em todos os casos, houve melhora expressiva e, em alguns, desaparecimento completo dos sintomas.

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Os casos descritos revelam sintomas semelhantes aos da chamada covid longa, incluindo fadiga intensa, dificuldade de concentração, dores articulares e alterações neurológicas | Foto: Reprodução/Freepik

A recomendação dos cientistas

Os autores destacam que, apesar dos bons resultados, os dados ainda precisam ser confirmados em estudos maiores e mais controlados. Eles alertam para a necessidade de a comunidade médica estar atenta a esses quadros, que muitas vezes passam despercebidos ou são tratados apenas como sequelas comuns da covid-19.

“O impacto da proteína Spike no organismo — seja pela infecção, seja pelas vacinas de mRNA — pode ser mais amplo do que se imaginava”, observam os pesquisadores. Eles também defendem hábitos de vida saudáveis, além do uso criterioso de probióticos, como parte de estratégias preventivas.

Leia também: “O que mais mata no Brasil é o tratamento tardio”, entrevista com Roberto Zeballos publicada na Edição 24 da Revista Oeste

Na conclusão, o estudo reforça a hipótese de que a flora intestinal exerce um papel fundamental na resposta inflamatória. Ela pode influenciar não apenas os quadros de covid longa, mas também a reativação de doenças autoimunes e neurológicas.

De acordo com os autores, o estudo abre caminho para novas pesquisas e terapias personalizadas, capazes de atender pacientes que continuam sofrendo com sintomas persistentes mesmo anos depois da pandemia.

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