Bastante emocionada, Marinete Silva, mãe da ex-vereadora Marielle Franco, foi a segunda testemunha de acusação a depor no júri de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, na manhã desta quarta-feira (30). Ambos acusados de matar a política e o motorista Anderson Gomes, em ataque ocorrido em 14 de março de 2018.
A primeira pessoa a falar foi Fernanda Chaves, ex-assessora da vereadora, que sobreviveu ao crime.
“Tiraram um pedaço de mim. Cada vez que dói, dói muito”, disse Marinete, de forma presencial no Tribunal.
O depoimento da mãe da vereadora teve início pouco depois do meio-dia. Ela fez questão de destacar a saudade de Marielle. “É conviver com a falta de uma filha que podia hoje estar aqui. Uma mulher que dedicava totalmente ao que a gente vive. Uma mulher que primava pelo bem-estar da família inteira. É um vazio.”, ressaltou.
Marinete confidenciou ao júri que chegou a enviar uma mensagem par ao celular da filha já morta: “Minha filha! O que fizeram com você?”, dizia o recado.
“Um delírio de uma mãe, de imaginar que aquilo tudo não poderia ser verdade. Era a dor que ultrapassava meu peito em poucos dias [após o atentado]”, explicou a testemunha de acusação.
A mãe da vítima contou que a família recebeu diversas ofensas após o assassinato e defendeu a conduta da filha, que ajudava bastante dentro de casa, e foi mãe aos 19 anos. Ela também ajudou a criar a irmã, Anielle, hoje ministra da Igualdade Racial.