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TJ-PR suspende deputado por incentivo à invasão da Alep

Uma decisão do Tribunal de Justiça do Paraná manteve, a partir desta segunda-feira, 18, a suspensão de 30 dias dos direitos parlamentares do deputado estadual Renato Freitas (PT). Ele responde a acusações por incentivar a invasão da Assembleia Legislativa em junho de 2024.

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A penalidade, aplicada pelo Conselho de Ética, impede Freitas de discursar em sessões e presidir comissões, incluindo a Comissão de Igualdade Racial, durante o período.

Essa é a primeira vez que um parlamentar da Assembleia perde suas prerrogativas por decisão disciplinar. O processo foi aberto depois de representações apresentadas pelos deputados Delegado Tito Barichello (União Brasil-PR) e Ricardo Arruda (PL-PR), que alegaram que Freitas utilizou sua posição para facilitar a entrada dos manifestantes.

Decisão judicial e contexto do protesto

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A punição começou a valer nesta segunda-feira, 18, logo depois de a presidente do Tribunal de Justiça, desembargadora Lidia Maejima, derrubar liminar concedida anteriormente ao parlamentar.

Na decisão, a magistrada afirmou que “a retirada da eficácia de decisão administrativa disciplinar causa lesão à ordem pública por transmitir a indevida sensação de ingerência e impunidade”, conforme despacho de domingo 17.

Leia mais: “Violador de direitos humanos”, artigo de Silvio Navarro publicado na Edição 283 da Revista Oeste

O episódio tem relação com o protesto organizado pela APP-Sindicato contra um projeto do governo Ratinho Junior (PSD-PR), que previa a gestão administrativa de escolas públicas por empresas. Durante a manifestação, houve tumulto, quebra de portas de vidro e invasão das galerias do plenário.

Defesa do deputado e posicionamento do Conselho de Ética

Manifestantes invadem a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep)Manifestantes invadem a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep)
Os manifestantes forçaram a entrada no prédio principal da Alep | Foto: Valdir Amaral/Alep

Freitas nega envolvimento direto na invasão. Ele argumenta que apenas dialogou com manifestantes em um momento em que o plenário estava vazio e não havia sessão presencial. “Nenhuma dessas pessoas sou eu, nem fazem parte do meu gabinete ou do meu círculo de amizade”, disse o deputado. “Eu nem sequer as conheço.” Ele defendeu que sua atuação foi limitada à orientação sobre os procedimentos de votação.

Já a relatora do Conselho de Ética, deputada Márcia Huçulak (PSD-PR), afirmou que “as falas proferidas pelo representado evidenciam um claro incentivo à permanência dos manifestantes no interior da Assembleia”. “Tentativa de inviabilizar não apenas a realização da votação, mas o próprio exercício do debate parlamentar”, disse.

Leia também: “Como as democracias morrem”, artigo de Rodrigo Constantino publicado na Edição 283 da Revista Oeste

Ela acrescentou que, enquanto outros parlamentares buscavam uma saída institucional, Freitas teria agido de forma oposta.

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