O sábado (12) será de reestreia no São Paulo. Após demitir Luis Zubeldía logo no início da pausa para o Mundial de Clubes, o Tricolor terá novo técnico na beira do campo contra o Flamengo, às 16h30 (de Brasília), no Maracanã, pela volta do Campeonato Brasileiro: Hernán Crespo.
Atacante de imenso sucesso nos anos 1990 e 2000, o argentino de 50 anos reassume o cargo que foi seu entre fevereiro e outubro de 2021. O tempo foi curto, mas teve um efeito imediato: o título paulista, ganho em maio sobre o Palmeiras de Abel Ferreira.
Voltar ao time em que foi campeão não é garantia de absolutamente nada. Na história recente do São Paulo, por sinal, alguns tentaram e falharam na tentativa de conquistar um novo troféu na segunda passagem. São exemplos, claro, que Crespo não pretende seguir – embora existam dois em que ele se espelha muito.
Quem não deu certo
Nelsinho Baptista
Nelsinho Baptista foi campeão paulista pelo São Paulo em 1998, em uma vitória sobre o Corinthians marcada para reestreia de Raí, após cinco anos no PSG. O trabalho durou até meados do segundo semestre, quando o Tricolor, já mal no Brasileirão, decidiu mudar o comando.
Ele retornou ao Morumbi em 2001, com a expectativa de liderar uma equipe de Kaká, França e Luis Fabiano a um título importante que não acontecia desde os tempos de Telê Santana. Nelsinho caiu nas quartas do Brasileirão para o Athletico-PR e acabou demitido no ano seguinte, após perder dois títulos em sequência para o Corinthians: o Rio-São Paulo e a Copa do Brasil.
Emerson Leão
Coube a Emerson Leão voltar a ser campeão pelo São Paulo. Após assumir em 2004 e colocar o Tricolor em 3º lugar no Brasileirão, o ex-goleiro permaneceu para o ano seguinte e liderou uma campanha quase irretocável no Campeonato Paulista, com o título no formato de pontos corridos.
Leão saiu após o estadual para trabalhar no Japão. O retorno ao clube aconteceu no fim de 2011 e durou até meados da temporada seguinte, quando foi demitido sem nenhum troféu. O máximo que o Tricolor conseguiu na segunda passagem de Leão foi ser semifinalista do Paulista e da Copa do Brasil em 2012, perdendo para Santos e Coritiba, respectivamente.
Paulo Autuori
Foi Autuori quem herdou o cargo de Leão e entrou para a história são-paulina. O carioca foi o treinador nas conquistas da CONMEBOL Libertadores e do Mundial de Clubes de 2005, uma temporada incrível e que acabou em grande estilo. Após o torneio no Japão, ele anunciou a saída do clube e abriu espaço para Muricy Ramalho.
A segunda passagem do último campeão do mundo pelo time aconteceu em 2013, em um período bem diferente. Autuori assumiu um São Paulo na zona de rebaixamento do Brasileirão e em crise. Acabou demitido após dez derrotas em 17 jogos e um aproveitamento de 25%. Em seu lugar, assim como na outra passagem, Muricy foi o escolhido.
Os exemplos a seguir
Assim como existem exemplos para não seguir, Crespo tem em quem se espelhar, embora a meta seja muito complexa, por se tratar daqueles que provavelmente são os maiores técnicos da história do São Paulo.
A era vitoriosa nos anos 1990 foi a segunda passagem de Telê Santana no clube, pois o ex-ponta havia dirigido o clube rapidamente em 1973. Quando voltou, conquistou todos os títulos possíveis, com destaque para os bicampeonatos da Libertadores e do Mundial, em 1992 e 1993, além de Paulistas, Brasileiro, Recopas e Supercopas.
Quem também ganhou muito na segunda passagem foi Muricy Ramalho. Hoje coordenador, ele teve uma rápida passagem de pouco sucesso entre 1996 e 1997, uma época em que o destaque foi dar a Rogério Ceni a chance de ser o cobrador oficial de faltas. Foi sob sua tutela que o goleiro marcou pela primeira vez, em fevereiro de 1997, contra o União São João.
Muricy teve a chance de voltar apenas em janeiro de 2006 para um dos grandes trabalhos de sua vida. O técnico comandou o São Paulo no tricampeonato brasileiro (2006, 2007 e 2008), algo que nenhum clube conseguiu na era dos pontos corridos. A saída aconteceu em 2009, embora ele tenha retornado novamente em 2013.
“Se você me permitir sonhar, eu gostaria de estar ao lado de Telê, Muricy”, declarou Crespo, na apresentação oficial ao Tricolor. “Se vamos sonhar, vamos sonhar grande. É difícil, mas vamos tentar”.