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Trump ameaça Brics, fertilizantes ‘viram o jogo’ e dólar em queda

O mercado de soja teve uma semana intensa, marcada por fatores diversos que movimentaram as cotações e colocaram os produtores em estado de atenção. Durante o encontro dos Brics, Donald Trump reacendeu tensões ao fazer declarações explosivas que colocaram o bloco no centro do debate internacional.

Nos Estados Unidos, o clima favorável e o bom desenvolvimento das lavouras mantiveram os preços futuros da soja sob controle na Bolsa de Chicago. Apesar de alguns momentos de alta, os estoques acima do esperado, conforme relatório do USDA, exerceram pressão e limitaram o avanço das cotações.

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Por outro lado, a expectativa de retomada das compras chinesas nos Estados Unidos ajudou a impulsionar os preços no meio da semana. O movimento foi bem recebido pelo mercado, que interpretou a volta do gigante asiático como sinal positivo para a demanda global.

No Brasil, o câmbio também virou protagonista. O dólar recuou ao menor patamar desde agosto de 2024, fechando a semana cotado a R$ 5,42 após queda de 1,09%. Esse movimento pressionou os preços internos da soja, mesmo com a valorização em Chicago. O contrato de soja para julho de 2025 encerrou a US$ 10,56 por bushel, com alta expressiva de 2,72% na semana. Já o contrato para março de 2026 subiu para US$ 10,76 por bushel, com valorização de 2,18%. No mercado físico brasileiro, o cenário foi misto: enquanto algumas regiões registraram alta, outras terminaram a semana em queda.

Outro fator que chamou atenção foi a reviravolta nos preços dos fertilizantes. Após o cessar-fogo entre Irã e Israel, as cotações internacionais despencaram, revertendo grande parte das altas anteriores. Com a queda nos custos de produção, a relação de troca entre grãos e insumos melhorou, o que tende a aliviar a pressão sobre o agricultor. No entanto, esse alívio pode ser baixista para as commodities, já que margens mais favoráveis incentivam a venda, pressionando os preços.

O mercado de biocombustíveis também sentiu os efeitos da calmaria geopolítica. O petróleo devolveu parte dos ganhos recentes, afetando diretamente o óleo de soja devido à sua ligação com o biodiesel. Ainda assim, o clima de instabilidade internacional persiste, e qualquer novo conflito pode voltar a movimentar os contratos futuros com força.

Ameaças de Trump

Para completar o cenário de incertezas, o ex-presidente Donald Trump fez declarações durante o encontro dos Brics. Ele ameaçou aplicar tarifas adicionais de 10% a países que adotem postura considerada “antiamericana”. A fala acendeu o alerta para o Brasil, que mantém laços comerciais importantes com China e Rússia. A retórica protecionista de Trump pode gerar instabilidade cambial e complicar as negociações futuras de soja com esses mercados estratégicos.

O que esperar?

Com tantas variáveis no radar, o produtor brasileiro de soja precisa agir com cautela. O momento exige atenção redobrada para identificar janelas de oportunidade de comercialização, aproveitar picos de preço e, sobretudo, implementar estratégias de proteção como contratos futuros e opções. A volatilidade deve continuar nos próximos dias, e há chances concretas de o mercado devolver parte das altas registradas na última semana. O recado é claro: não dá para descuidar.

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