Considerando a pressão internacional crescente sobre países que mantêm relações comerciais com a Rússia, os Estados Unidos cogitam ampliar sanções econômicas. O presidente Donald Trump afirmou nesta quarta-feira 7, que pode impor tarifas adicionais a nações que importam petróleo russo, e citou especificamente a China como possível alvo das medidas.
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Trump explicou que a definição sobre novas tarifas ainda não está fechada, mas reconheceu que pode replicar contra a China o modelo de sanções já anunciado para a Índia. “Pode acontecer”, afirmou o presidente norte-americano. “Não posso lhes dizer ainda.”
Sanções já aplicadas por Trump e possíveis novos alvos
O governo dos EUA já aplicou uma tarifa extra de 25% sobre produtos indianos na quarta-feira, além da tarifa anterior, por causa da elevação das compras indianas de petróleo russo. “Fizemos isso com a Índia”, declarou Trump. “Provavelmente estamos fazendo isso com alguns outros. Um deles pode ser a China.”


Apesar de o decreto divulgado pela Casa Branca não citar diretamente a China, o país asiático é um dos principais compradores de petróleo russo. Na semana passada, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, alertou que a China pode ser alvo de tarifas caso mantenha as importações desse produto.
Impactos e preocupações para o Brasil
No cenário brasileiro, cresce a preocupação diante da possibilidade de novas sobretaxas, já que o país também importa volumes expressivos de óleo da Rússia. A taxa atual sobre o Brasil é de 50%, e autoridades temem um aumento, caso o país siga ampliando as compras.


Em 2024, o Brasil atingiu um recorde ao adquirir US$ 5,4 bilhões em diesel russo, consolidando uma tendência iniciada em 2022, depois das sanções internacionais impostas à Rússia. Entre 2022 e 2023, o valor importado multiplicou-se por 47, e em 2024 houve novo crescimento de 19%.
Mais de 60% do diesel importado pelo Brasil neste ano veio da Rússia, país liderado por Vladimir Putin. Entretanto, dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis mostram que, em julho, os Estados Unidos ultrapassaram a Rússia e se tornaram o principal fornecedor de óleo diesel ao Brasil, revertendo meses de hegemonia russa.
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