Em entrevista à Fox News nesta segunda-feira, 23, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, detalhou as ações do presidente Donald Trump depois dos ataques realizados contra instalações nucleares no Irã. Segundo ela, a operação teve como objetivo impedir que o regime iraniano desenvolvesse uma bomba atômica e, com isso, garantisse segurança para os Estados Unidos e seus aliados.
“O presidente está satisfeito, o país está satisfeito, e, francamente, o mundo inteiro deveria estar satisfeito com a ação corajosa que o presidente Trump e nossas Forças Armadas tomaram no sábado à noite”, afirmou Leavitt.
Ela ressaltou que cerca de 40 horas de voo e mais de 11 mil quilômetros foram percorridos por pilotos norte-americanos para a execução da missão, considerada “altamente bem-sucedida e complexa”. Leavitt ainda defendeu que a ameaça era iminente: “Ele viu, com base na inteligência dos EUA, que o Irã está a apenas semanas de obter uma arma nuclear”.
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A representante reiterou o interesse de Trump por uma solução pacífica, mas sugeriu que a mudança de regime pode ser inevitável caso Teerã recuse negociações. “O presidente acredita que o povo iraniano pode controlar seu próprio destino”, afirmou.
“Se o regime iraniano se recusar a chegar a uma solução diplomática pacífica […] por que o povo iraniano não tiraria o poder desse regime incrivelmente violento que os reprime há décadas?”
Apesar de a administração ter evitado oficialmente o termo “mudança de regime”, a declaração de Trump nas redes sociais alimentou o debate. Segundo Leavitt, a pergunta levantada por Trump “faz sentido” e reflete uma inquietação global sobre o governo iraniano.
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Sobre os riscos de retaliação, Leavitt destacou as medidas de segurança implementadas no território norte-americano. Ela afirmou que mais de 1,5 mil iranianos cruzaram a fronteira sul nos últimos quatro anos, dos quais 729 foram liberados.
“O presidente Trump não tem responsabilidade maior do que proteger a pátria”, disse, ao citar “a maior operação de deportação em massa de criminosos ilegais, muitos deles terroristas conhecidos”. Embora tenha reconhecido que não há ameaças específicas em território nacional, afirmou que o Departamento de Segurança Interna monitora a situação “muito de perto”.
Perguntada sobre críticas de parlamentares democratas que alegam não terem sido informados previamente da operação, Leavitt respondeu que houve notificações bipartidárias. “Ligações foram feitas para lideranças do Congresso”, disse. “Chuck Schumer foi informado antes do ataque. Hakeem Jeffries não atendeu, mas foi informado depois.”


Ela ainda destacou que, mesmo sem a obrigatoriedade da consulta ao Congresso, as ligações foram realizadas “como cortesia”, já que o presidente teria agido “dentro de sua autoridade legal sob o Artigo 2º da Constituição”.
Sobre a próxima viagem de Trump à Europa, Leavitt informou que o presidente irá reforçar junto à Otan a exigência de que os países membros aumentem os gastos com defesa para 5% do PIB, acima da meta atual de 2%. “O presidente foi enfático e nossos aliados da Otan, para seu crédito, atenderam ao forte apelo em seu primeiro mandato”, concluiu.
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