O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta sexta-feira, 25, que os líderes do grupo terrorista Hamas “serão caçados” depois do fracasso das negociações de cessar-fogo na Faixa de Gaza. “Hamas realmente não queria fazer um acordo”, disse, em declaração a jornalistas na Casa Branca. “Acho que eles querem morrer. E chegou a um ponto em que será preciso terminar o trabalho.”
President Trump on the U.S. pulling out of Gaza peace talks: “Hamas didn’t really want to make a deal. I think they want to die, and it’s very bad. It got to be to a point where you’re going to have to finish the job.” pic.twitter.com/rY07wjbvvU
— CSPAN (@cspan) July 25, 2025
Trump defendeu a retirada dos negociadores norte-americanos de Doha, capital do Catar, e disse que o grupo palestino perdeu poder de barganha ao reduzir o número de reféns sob seu controle. “Quando você chega aos últimos dez ou 20, o Hamas não vai mais querer negociar, porque significa que estão sem proteção. E foi basicamente isso que aconteceu.”
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A trégua em discussão previa a suspensão dos combates por 60 dias, a ampliação da ajuda humanitária a Gaza e a libertação de parte dos cerca de 50 reféns ainda em poder do Hamas, em troca da soltura de prisioneiros palestinos em Israel. O impasse, segundo autoridades, está na retirada das tropas israelenses e na indefinição sobre o que aconteceria depois do período de cessar-fogo.
EUA e Israel endurecem posição depois de exigências do Hamas
Na noite desta quinta-feira, 24, autoridades norte-americanas disseram a familiares de reféns, em reunião em Washington, que a retirada dos negociadores foi uma forma de “mostrar força” depois de o Hamas endurecer sua posição. “Estamos muito perto de um acordo, mas, diante das novas exigências, precisamos fazer um movimento de força”, afirmaram, segundo a emissora israelense Channel 12.
O grupo terrorista teria aumentado o número de prisioneiros que exige em troca dos reféns. As autoridades afirmaram, no entanto, que Trump está “comprometido em trazer todos os reféns de volta e encerrar a guerra”.
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O enviado dos EUA ao Oriente Médio, Steve Witkoff, culpou o Hamas pelo impasse e disse que a retirada da delegação norte-americana se deu depois da última resposta do grupo. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, apoiou a avaliação. Já o dirigente do Hamas Basem Naim afirmou que as negociações foram “construtivas” e acusou Witkoff de atuar em favor de Israel.
Netanyahu declarou que Israel avalia “alternativas” para resgatar os reféns e encerrar o domínio do Hamas na região. A crise humanitária em Gaza se agrava, com a maioria da população desabrigada e em situação de fome.
Special Envoy to the Middle East Steve Witkoff got it right.
Hamas is the obstacle to a hostage release deal. Together with our U.S. allies, we are now considering alternative options to bring our hostages home, end Hamas’s terror rule, and secure lasting peace for Israel and…
— Benjamin Netanyahu – בנימין נתניהו (@netanyahu) July 25, 2025
Diante do cenário, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que o país reconhecerá formalmente o Estado Palestino. Trump, porém, minimizou o gesto de Macron: “O que ele diz não importa”, disse. “Gosto dele, é um cara legal, mas essa declaração não tem peso.”
Por outro lado, Reino Unido e Alemanha afirmaram não estar prontos para seguir o mesmo caminho, mas apoiaram um cessar-fogo imediato.