O Brasil do STF, do governo Lula e do seu sistema de propaganda pretende que 200 milhões de brasileiros, e agora também um número indeterminado de outros moradores deste planeta, acreditem numa proposição francamente incompreensível.
O ministro Alexandre de Moraes e a sua “suprema corte”, com o apoio integral do governo e do seu estoque de crentes, algemou o ex-presidente Jair Bolsonaro com uma tornozeleira eletrônica, como um marginal comum.
Ele não pode, sob pena de prisão imediata, afastar-se de sua casa; não pode sair à noite e nos feriados. Não pode “aproximar-se” de uma embaixada estrangeira. Não pode falar com nenhum diplomata de outra nação.
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Bolsonaro está proibido por Moraes de se comunicar em suas redes sociais — presumivelmente, nem no WhatsApp. Também está proibido de aparecer nas redes de outras pessoas. Está proibido até de dar entrevistas, visto que elas podem aparecer na internet.
O ex-presidente, por determinação do ministro, está proibido de falar com o próprio filho, ora nos Estados Unidos — punição desconhecida nos anais do Direito Universal, tanto quanto se saiba, e aplicada apenas em porões como a Gestapo e a KGB.
Antes disso, Bolsonaro já fora intimado por uma oficial de Justiça em plena UTI, no hospital em que estava internado. É inelegível por ter falado mal das urnas do TSE. Pode ser condenado a 30 anos de prisão.


O consórcio Lula-STF
Após dois anos e meio de busca, nem a PGR, nem o STF, que o investiga, acusa e julga ao mesmo tempo, foram capazes de encontrar qualquer prova contra ele — nada, pelo menos, que tenha a menor chance de se levar a sério num tribunal de país civilizado.
Nunca houve um réu tratado com tal descaso pelos seus direitos em toda a história da Justiça brasileira. Nunca houve, também, um juiz que perseguisse com tanta intolerância um acusado. Há milhares de advogados brasileiros prontos a atestar as duas coisas.
Esses são os fatos. Mas, em cima deles, o regime em vigor no Brasil propõe a todos a seguinte conclusão: o ex-presidente é o agressor e a junta STF-Lula é a agredida. A lista de queixas vai além. Bolsonaro, pelas bulas em vigor, é o responsável pelo tarifaço de 50% imposto por Donald Trump às exportações brasileiras — em represália ao massacre judicial que Moraes comanda contra os inimigos do regime. Seu filho Eduardo, que trabalha em defesa do pai junto ao governo americano, é chamado de “traidor da pátria”. Trump, que se queixa da violação do processo legal no Brasil, é acusado de demência.


O diagnóstico de Trump
E os que representam o papel de “agredidos”, ou “atacados”, ou vítima da direita? Além das medidas citadas acima, mantêm nos cárceres do STF, condenada a 14 anos de prisão, uma cabeleireira que pintou de batom uma estátua de Brasília — e é acusada de “golpe de Estado”. Uma senhora de 72 anos está de volta à prisão fechada por ter violado “900 vezes” as regras da prisão domiciliar em seis meses – não se sabendo onde ela encontrou tempo para tanta violação assim. Pelo menos um preso sob a custódia do STF morreu na penitenciária por falta de cuidados médicos.
Quem são os carrascos aqui — os que praticaram todas essas infâmias de 2023 para cá, ou os que não estão de acordo com elas? Quem, desses dois lados, está violando a lei? Donald Trump estaria realmente errado quando diz que Jair Bolsonaro está sofrendo perseguição de Alexandre de Moraes – ou que os direitos humanos estão sendo desrespeitados no Brasil por ele e pelo STF? Quantos, no Brasil e no mundo, não assinariam embaixo de tudo o que Trump disse?
(J. R. Guzzo, publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 23 de julho de 2025)

