O governo dos Estados Unidos sinalizou, nesta segunda-feira, 28, uma mudança de estratégia em relação à guerra na Ucrânia. A administração de Donald Trump reduziu o prazo anteriormente dado à Rússia para aceitar um cessar-fogo. O republicano informou que o ultimato, antes fixado em 50 dias, terá agora uma duração menor, de dez a 12 dias.
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O prazo inicial, estabelecido em 14 de julho, previa que o presidente russo, Vladimir Putin, teria até 1º de setembro para responder à proposta norte-americana. A decisão de Trump marca uma ruptura com a política anterior de aproximação com Moscou, em busca de encerrar o maior conflito europeu desde 1945.
Durante reunião com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, na Escócia, Trump afirmou que está “desapontado com o presidente Putin”. “Vou reduzir aqueles 50 dias que dei a ele para um número menor.” O Kremlin e o Ministério das Relações Exteriores russos, até o momento, rejeitam aceitar qualquer tipo de pressão externa.


Mesmo diante do impasse, as negociações entre Rússia e Ucrânia avançaram para uma terceira rodada na semana passada, a primeira depois do ultimato dos EUA. O encontro resultou apenas na promessa de novas conversas e no anúncio de troca de prisioneiros, sem avanços significativos.
Moscou exige 20% do território ucraniano
As demandas permanecem distantes: Moscou exige que Kiev faça concessões, o que inclui cerca de 20% do território ucraniano, como condição para interromper a invasão.


Em contrapartida, o governo ucraniano nega as exigências. Volodymyr Zelensky defende um cessar-fogo prévio como etapa fundamental para uma possível reunião com Putin, o que não é aceito pelo Kremlin.


Trump afirmou que, caso Putin não encerre o conflito, imporá novas sanções à Rússia. Além de medidas simbólicas no comércio bilateral, o presidente norte-americano ameaça sobretaxar países que compram petróleo russo, o que pode afetar China, Índia e Brasil, membros do Brics.