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UEPG desenvolve projeto ‘Pulmões em Alerta’ para conscientizar uso do cigarro eletrônico

Os estudantes realizaram no mês de outubro e novembro, palestras e ações em diversas escolas da cidade, com objetivo de conscientizar os jovens sobre os males do vape –

O Viver Bem foi até a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), para conhecer o projeto de extensão ‘Pulmões em Alerta 2025’, desenvolvido por professores e estudantes do curso de Medicina. A iniciativa busca investigar, compreender e conscientizar a comunidade sobre os riscos do cigarro eletrônico, cujo uso tem crescido de forma alarmante.

O professor e coordenador do projeto, Dr. Ricardo Zanetti, explica que a ação nasceu na disciplina Integradora de Conhecimentos. O tema inicial era tabagismo, mas o interesse dos alunos pelo cigarro eletrônico abriu espaço para discussões mais profundas. “Durante a aula, os alunos demonstraram interesse sobre o cigarro eletrônico. Isso gerou um estudo detalhado e, como processo avaliativo, nasceu a extensão. A ‘prova’ dos alunos passou a ser transmitir o conhecimento para a sociedade”, conta o professor.

Os estudantes realizaram no mês de outubro e novembro, palestras e ações em diversas escolas da cidade. “Para falar aos outros, eles precisaram estudar. Assim atingimos dois objetivos: aprendizado na graduação e disseminação de conhecimento para a comunidade”, completa Zanetti.

A partir das dúvidas levantadas pelos próprios estudantes, surgiram questões ainda pouco respondidas pela literatura científica, como os efeitos dos sabores no vape, o que leva o adolescente a consumir mesmo sabendo dos riscos e como esses compostos se comportam quando aquecidos e inalados. Essas perguntas deram origem também à vertente de pesquisa científica, que seguirá pelos próximos anos.

VÍDEO

O curso de Medicina da UEPG realiza o projeto de extensão “Pulmões em Alerta 2025”, que tem como objetivo o estudo acadêmico em torno do tema, bem como reali… | Autor: aRede.info

  

A professora Dra. Camila Marinelli Martins, também coordenadora do projeto, explica como o trabalho se articula. “O projeto envolve ação de extensão e pesquisa. Nas escolas, os alunos fazem palestras e aplicamos questionários antes e depois das atividades para entender o impacto da intervenção”, conta.

Ela destaca ainda que os participantes do projeto são, em grande maioria, estudantes do primeiro ano da graduação, o que torna a experiência ainda mais significativa. “É uma oportunidade deles vivenciarem pesquisa de verdade em um público grande. E é atual, urgente. Vemos o cigarro eletrônico se disseminando entre adolescentes, jovens e até universitários.”

Segundo ela, estudos anteriores realizados na UEPG mostram que cerca de 30% dos acadêmicos de Medicina fazem uso do vape, índice semelhante ao de outras universidades brasileiras. “Isso nos preocupa. A iniciativa ter vindo dos próprios alunos mostra um movimento de mudança. Eles se tornam agentes preventivos, inclusive para si mesmos”, conclui.

O acadêmico Lucas Peres, integrante do projeto, explica os principais riscos identificados até o momento. “Existe uma doença relacionada diretamente ao cigarro eletrônico, chamada EVALI. Além disso, há doenças já descritas, como a observada em trabalhadores de fábricas de pipoca, associada a substâncias usadas na vaporização da nicotina, como o propilenoglicol.”

Ele afirma que a exposição é extremamente alta. “Há pesquisas que demonstram que um pod pode equivaler a mil cigarros em carga de nicotina. Isso pode causar lesões no tecido pulmonar, traqueia e brônquios, gerando obstrução e inflamação.”

Lucas reforça a importância da prevenção. “Todo conhecimento nasce da conscientização. Se vou tomar uma decisão, preciso saber os riscos. Por isso escolhemos jovens de 13 a 17 anos como público-alvo: é onde podemos ter mais impacto.” O projeto atua em escolas públicas e privadas, com linguagem acessível e próxima da realidade dos estudantes.


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