A primeira Copa do Mundo com 48 seleções pode derrubar o nível técnico da competição, mas vai criar grandes histórias fora do campo.

Isso já está claro nas eliminatórias para a competição que será disputada em 2026 no Canadá, nos EUA e no México.

Depois da classificação de Cabo Verde na África, Curaçao e Haiti garantiram suas vagas na Concacaf.

Curaçao vai jogar sua primeira Copa. O Haiti voltará ao Mundial depois de 52 anos.

Ambos são milagres que só podem acontecer em uma competição que abriga 48 seleções.

Curaçao será o país com a menor população a jogar uma Copa, superando a Islândia. Segundo o Banco Mundial, o país caribenho tem apenas 155.900 habitantes.

Segundo Censo Brasileiro de 2022, 20 bairros paulistanos são mais populosos que Curaçao. Pirituba, por exemplo, na zona oeste, conta com 179.724 habitantes.

Em Curaçao, são cerca de 25 mil homens entre 15 e 39 anos, faixa etária que vai fornecer os jogadores da seleção.

Se o país caribenho é uma grande história na Copa por seu tamanho diminuto, o Haiti se destaca por estar no Mundial mesmo com sua extrema pobreza.

Também segundo o Banco Mundial, 40% dos haitianos vivem na extrema pobreza, que segundo a instituição é viver com menos de 3 dólares por dia (ou quase R$ 16).

Isso significa que o Haiti tem 4,7 milhões de pessoas com renda diária que não é suficiente para comprar um saco de 5 quilos de arroz.

No Brasil, o índice de pobreza extrema não chega a 3%.

O Haiti também pode ser o país com o segundo menor Índice de Desenvolvimento Humano, feito pela ONU, na Copa de 2026.

Na última lista, aparecia na 166ª posição entre os 193 países do ranking. Três posições à frente de Senegal, também já classificado para o Mundial.

A República Democrática do Congo, que está na repescagem, tem apenas o 171º melhor IDH do planeta.