Um estudo da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em parceria com a Universidade de Calgary, no Canadá, identificou uma alternativa promissora ao uso de antibióticos na avicultura.
Pesquisadores comprovaram que substâncias produzidas pela bactéria Enterococcus faecium reduziram a presença da Salmonella Heidelberg em frangos de corte. A descoberta, divulgada nesta sexta-feira, 20, na revista Ciência Rural, abre caminho para práticas mais sustentáveis no setor.
Os cientistas testaram o filtrado da bactéria, rico em compostos bioativos, em 32 aves divididas em quatro grupos. Um dos grupos recebeu o produto antes do contato com a salmonela, enquanto outro passou a receber depois da infecção. Os demais permaneceram sem tratamento e serviram como controle.
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O grupo tratado com o filtrado antes da exposição à bactéria apresentou 62,5% das aves com baixos níveis ou ausência de salmonela no intestino. Já no grupo que recebeu o produto depois da infecção, a carga bacteriana caiu 174 vezes em relação ao grupo controle.
Como resultado, os pesquisadores destacaram o potencial do filtrado como ferramenta para prevenir doenças e evitar o uso excessivo de antibióticos.


Pesquisadores miram novos testes contra a salmonela antes do uso comercial
A autora do estudo, Fernanda Barthelson, e seu orientador, Adriano Okamo, afirmam que as próximas etapas incluem a identificação da molécula responsável pela modulação da microbiota. A equipe também quer avaliar a eficácia do método em condições de campo.
Segundo os autores, o avanço pode beneficiar a produção avícola, a saúde humana e o desenvolvimento de produtos para outras espécies, incluindo animais de companhia.
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A Organização Mundial da Saúde alerta que o combate à resistência antimicrobiana depende da redução no uso de antibióticos. Os cientistas da Unesp indicam que a pesquisa reforça essa estratégia ao oferecer uma alternativa natural para o controle da salmonelose.