O ACI, considerado um “botão vermelho comercial”, é a ferramenta mais poderosa da UE e um número crescente de países-membros pressiona por sua aplicação caso o acordo com os EUA fracasse
Publicado: 24/07/2025, 09:01

Donald Trump, presidente dos Estados Unidos –
A União Europeia se prepara para reagir com rapidez caso os Estados Unidos avancem com a imposição de tarifas de 30% sobre produtos europeus a partir de 1º de agosto. O bloco ameaça aplicar tarifas equivalentes sobre cerca de € 100 bilhões (aproximadamente R$ 650 bilhões) em exportações norte-americanas, caso não haja acordo comercial até o prazo estipulado.
Como primeira medida, a UE pretende unificar uma lista de tarifas já aprovada, que atinge € 21 bilhões em produtos dos EUA, com outra proposta anterior, que abrange mais € 72 bilhões em exportações americanas. O pacote conjunto, segundo informou um porta-voz da Comissão Europeia na quarta-feira (23), já estaria pronto para ser implementado.
Itens como aeronaves da Boeing, automóveis fabricados nos Estados Unidos e o uísque bourbon estão entre os produtos que poderiam ser taxados com alíquotas de até 30%, igualando as medidas prometidas por Donald Trump. As tarifas, no entanto, só entrarão em vigor caso não haja acordo e os EUA efetivem as próprias taxas.
A possibilidade de um impasse já impacta o mercado. Após a notícia, o euro recuou 0,3%, sendo cotado a US$ 1,1723, liderando as quedas entre moedas principais. Títulos do governo alemão também reduziram as perdas registradas mais cedo.
O tom mais firme adotado por países como a Alemanha surge em reação à postura mais agressiva dos EUA nas negociações. Um integrante do governo alemão, sob anonimato, afirmou que Berlim estaria disposta a apoiar a ativação do Instrumento Anti-Coerção (ACI) da UE, ferramenta que só seria acionada em caso de impasse definitivo.
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