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US Open 2025 começa com duplas mistas em novo formato ‘polêmico’

Tradicionalmente, o US Open começa na última semana de agosto e marca o fim da gira de quadras rápidas do verão na América do Norte. No entanto, a edição de 2025, que terá transmissão de todas as quadras no Disney+, apresenta uma novidade que vem gerando muita polêmica.

Mesmo com a chave principal de simples começando apenas no domingo, dia 24, a disputa das duplas mistas já começa nesta terça-feira (20), em um formato inédito no circuito mundial.

Nos outros Grand Slams — e até no Aberto dos Estados Unidos do ano passado —, as duplas mistas eram realizadas simultaneamente às masculinas e femininas ao longo da semana final dos majors. Além disso, o ranking utilizado para a classificação era o de duplas da ATP e WTA

A grande mudança de 2025 foi antecipar o início das mistas para a semana prévia ao US Open, a chamada Fan Week (semana dos fãs, em tradução livre), tradicionalmente conhecida pelo acesso gratuito para acompanhar jogos do qualificatório de simples, treinos e eventos de exibição.

Até este ano, a chave do Aberto dos Estados Unidos tinha 32 duplas mistas, que disputavam a competição ao longo de quase 10 dias. Agora, o torneio foi reduzido para 16 parcerias e será decidido em apenas duas noites: oitavas e quartas de final nesta terça e semifinais e final na quarta-feira (21).

Outra mudança importante está no método de classificação. A organização passou a considerar o ranking combinado de simples, por exemplo, o tenista nº1 do mundo no masculino e a tenista nº 5 do feminino tem um ranking combinado de 6. Iss fez com que a maioria das duplas fosse formada por atletas do top 20 de simples. Além disso, oito convites foram distribuídos.

Com isso, nomes de peso estarão na disputa, como Novak Djokovic (ao lado de Olga Danilovic), Carlos Alcaraz (com Emma Raducanu), Venus Williams (com Reilly Opelka), e Iga Swiatek (com Casper Ruud), entre outros. Jannik Sinner, líder do ranking masculino, estava confirmado na disputa, porém, precisou abandonar de última hora após passar mal durante a final do Masters 1000 de Cincinnati.

A dupla campeã vai embolsar um prêmio de um milhão de dólares (algo em torno de 5,4 milhões de reais), mesma premiação das duplas masculinas e femininas, um aumento de 500% em relação ao valor recebido pelos campeões das duplas mistas de 2024.

Os jogos serão disputados em melhor de três sets, de quatro games para vencer a parcial, sem vantagem no 40 iguais e super tie-break de até 10 pontos em caso de terceiro set. A final segue o mesmo formato, mas com sets de seis games, como nas regras tradicionais.

As partidas acontecerão nas duas principais quadras do complexo: Arthur Ashe Stadium e Louis Armstrong. Na Ashe, haverá cobrança de ingressos; já na Armstrong, a entrada será gratuita.

Por que gerou polêmcia

A mudança foi duramente criticada pelos especialistas em duplas, já que o ranking de duplas não foi levado em consideração para a classificação, além da quebra de uma tradição histórica.

Atuais campeões das duplas mistas do US Open, os italianos Sara Errani e Andrea Vavassori usaram as redes sociais para protestar assim que a novidade foi anunciada, em fevereiro:

“Tomar decisões apenas pela lógica do lucro é profundamente errado em algumas situações. Uma pseudoexibição focada apenas no entretenimento é uma injustiça e um desrespeito com uma classe inteira de jogadores. Uma das razões apontadas para a mudança é a venda de ingressos para mais dois dias de competição.”

Kristina Mladenovic, francesa que conquistou nove títulos de Grand Slam em duplas femininas e mistas, também criticou a alteração, principalmente pela desvalorização das conquistas anteriores:

“Quando você escuta que Alcaraz e outros dizem que vai ser divertido disputar esse torneio e se preparar para o US Open, é vergonhoso. Nós estamos falando de um Grand Slam, não pode ser preparação ou diversão. Do ponto de vista do negócio, é brilhante. Mas, pela perspectiva esportiva, estão alterando a essência do esporte, e isso é um grande problema. Acho válido criar um evento desse tipo, mas não deveriam eliminar as duplas mistas tradicionais de um Grand Slam. Pode chamar de qualquer coisa, menos de Grand Slam.”

Por outro lado, alguns jogadores de simples aprovaram a oportunidade de formar duplas com amigos e usar o torneio como preparação para a chave principal.

O diretor da Associação de Tênis dos Estados Unidos (USTA), Lew Sherr, defendeu a mudança:

Do outro lado, alguns tenistas, que costumam jogar apenas simples, gostaram da oportunidade de formar duplas com parceiros e amigos, estão, encarando como preparação para a chave principal de simples. Além disso, o diretor da associação de tênis dos Estados Unidos (US Tennis Association), Lew Sherr defende a mudança.

“Há um desapontamento dos jogadores que não terão a oportunidade de disputar esse evento. Porém, sabemos que é uma chance imensa de criar interesse global pelas duplas e que pode gerar um efeito cascata, aumentando os holofotes também nas competições masculinas e femininas, que começam na semana seguinte.”

Ainda segundo Sherr, o formato anterior fazia com que as duplas mistas perdessem espaço diante da relevância das chaves de simples:

“Temos que ver como será, mas sabemos que as duplas mistas competiam com os jogos de simples, tanto em atenção quanto em espaço nas quadras. Essa é uma oportunidade de dar um holofote gigantesco às mistas por duas noites.”

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