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Vacina brasileira contra malária deve ser testada em 2025

A vacina brasileira Vivaxin, desenvolvida contra o tipo mais comum de malária nas Américas, já passou por testes pré-clínicos que demonstraram qualidade, eficácia e segurança e agora se encontra em fase de patente. Até janeiro, o pedido para começar testes em humanos será protocolado em agências reguladoras.

O imunizante combate o parasita Plasmodium vivax, contra o qual não há vacinas disponíveis atualmente. Além dele, as espécies mais comuns do parasita no Brasil são o Plasmodium falciparum e o malariae. A única vacina recomendada pela Organização Mundial da Saúde é voltada para o Plasmodium falciparum e destinada a crianças de alguns países da África.

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“Temos um produto inédito no mundo, inteiramente produzido no Brasil”, explica Irene Soares, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (USP). “Meu objetivo desde o começo da pesquisa, há mais de dez anos, foi desenvolver uma vacina. Agora, estamos na etapa final para autorização dos estudos clínicos”.

Ela coordena o projeto em parceria com Ricardo Gazzinelli, diretor do Centro de Tecnologia de Vacinas (CT-Vacinas) e coordenador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Vacinas. As informações são da revista Fapesp, instituição da qual a vacina obteve apoio financeiro para sua produção.

A vacina combina três variantes genéticas para maximizar a eficácia contra as diferentes variações do parasita | Foto: Revista Fapesp/Divulgação

O imunizante foi apresentado em setembro deste ano, durante o 2º Congresso de Inovação e Sustentabilidade do Parque Tecnológico de Belo Horizonte. Seu pedido de patente foi protocolado no fim de outubro. A patente abrange o processo de produção e formulação final. Resultados recentes, ainda não publicados, mostram alta eficácia e segurança.

A vacina combina três variantes genéticas para maximizar a eficácia contra as diferentes variações do parasita. Estudos anteriores em camundongos e coelhos demonstraram que a formulação induziu altos níveis de anticorpos e foi capaz de prevenir infecções em alguns casos e retardar a progressão da doença em outros.

Malária preocupa autoridades

A malária segue como uma doença endêmica na região amazônica e um problema de saúde pública global. Os sintomas incluem febre, calafrios, tremores, sudorese e dores de cabeça. Em casos graves, pode causar convulsões, hemorragias e alterações na consciência. O tratamento, fornecido gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde, é realizado com medicamentos em regime ambulatorial.

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De janeiro a outubro de 2024, o Brasil registrou 117.946 casos de malária, dos quais 80% foram provocados pelo Plasmodium vivax. Entre as populações indígenas, o aumento dos casos preocupa: cerca de 45,1 mil ocorrências foram relatadas até setembro, o que representa um crescimento de 12%, em relação ao mesmo período de 2023.

São Paulo registra 2 casos de maláriaSão Paulo registra 2 casos de malária
Em 2023 foram registrados 6 casos de malária no estado de São Paulo | Foto: Reprodução/Redes sociais

A Organização Pan-Americana da Saúde pressiona os governos a intensificarem os esforços para controlar a doença, que infectou cerca de 480 mil pessoas nas Américas em 2023. Apesar da redução desde 2017, quando houve 934 mil registros, alguns países ainda enfrentam dificuldades para atingir a meta de redução de 75% até 2025.

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