Nos bastidores dos grandes leilões de genética, uma estratégia cada vez mais comum tem despertado a atenção de investidores: a venda parcial de animais. Ao invés de adquirir um exemplar por completo, o comprador frações, como 25% ou 33%, e ainda assim participa dos lucros e da valorização futura.
Por que vender apenas uma parte do animal
Segundo especialistas, as frações menores têm impacto direto na valorização dos lotes. Isso porque o valor de cada parcela se torna proporcionalmente mais alto. “Quando você vende 33%, o valor da parcela automaticamente multiplica por três”, explica o assessor pecuário Ademir Jovanini, com experiência em leilões de elite.
Além do efeito financeiro, a venda fracionada também permite a entrada de mais sócios no negócio, democratizando o acesso a animais de altíssimo valor genético.
Exemplos que mostram a força da estratégia
Casos como o da recordista Carina FIV do Kado, que teve 25% de sua propriedade ofertada ou das doadoras TN, descendentes da consagrada Parla FIV AJJ, ajudam a ilustrar o sucesso dessa prática. Com genética consagrada e grande potencial reprodutivo, esses exemplares são vendidos em fatias menores justamente para atrair investimentos maiores por parte de compradores mais qualificados.
Frações como ferramenta de valorização e parceria
A decisão sobre o percentual a ser vendido costuma envolver os promotores de leilão e as assessorias técnicas. Muitas vezes, as frações são divididas igualmente para facilitar a gestão entre sócios. Em outros casos, a opção por porcentagens menores é pensada como estratégia para elevar o preço do lote e reforçar o prestígio do animal.
“São animais que merecem esse tipo de operação”, afirma Jovanini. “É um recurso que ajuda a promover tanto a valorização quanto o fortalecimento de parcerias no setor.”
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Quando faz sentido comprar só uma parte
A prática é pontual e voltada a exemplares diferenciados, como doadoras com alto número de filhos avaliados ou clones de matrizes históricas. Para quem entra nesses negócios, comprar apenas uma parte do gado significa ter acesso ao uso genético e aos lucros das futuras gerações, sem arcar com o investimento integral.
Em um mercado cada vez mais sofisticado, comprar uma fração pode ser, sim, um grande negócio.