Em depoimento à Polícia Civil nesta terça-feira (22), o motorista da carreta que ocasionou o acidente grave na BR-376 disse que o veículo já havia apresentado problemas em outros trechos da viagem. O caminhão estava carregado com peças de automóveis. Saiu de Santos (SP) no sábado (19) e o destino era a Argentina. Nove pessoas morreram. Os corpos das vítimas foram levados para Pelotas (RS).

Segundo Edgar Santana, delegado da Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran), responsável pela investigação do caso, o condutor relatou que as falhas impediam a redução de marchas ou uso do freio motor. Ele afirmou que buscou reparo por duas vezes, já no Paraná, e seguiu viagem.

O motorista, de 30 anos, estava habilitado para conduzir este tipo de caminhão desde março deste ano.

O proprietário do veículo também foi ouvido pela polícia nesta terça-feira (22). O mecânico que fez os reparos deve prestar depoimento nos próximos dias.

Segundo o delegado, o inquérito está em fase inicial. O motorista do caminhão deve responder por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Imagens do sistema de monitoramento da concessionária responsável pelo trecho foram solicitadas e há necessidade ainda de aguardar o resultado de análises periciais para apontar a real causa do acidente.

Por meio de nota, o advogado de defesa do motorista, Richard Noguera, disse que ele dirigia de forma prudente e compatível com a velocidade da via, não havia ingerido bebidas alcoólicas, nem quaisquer substâncias entorpecentes. Foi reiterado que ele e a sua defesa estão à disposição da autoridade policial para o total esclarecimento dos fatos.

Os corpos das nove vítimas do acidente chegaram a Pelotas, no Rio Grande do Sul, na tarde desta terça-feira (22), transportados por uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB).