O aumento da mortalidade de frangos nos últimos dias de lote pode estar relacionado a problemas de ambiência dentro dos aviários, segundo o mestre em Produção Animal e especialista em ambiência, João Nelson Arruda. Ele alerta para a importância de garantir ventilação adequada e controle da temperatura durante todo o ciclo de criação.
De acordo com Arruda, as aves modernas têm alta capacidade genética de ganho de peso e conversão alimentar, mas também produzem mais calor do que há dez ou vinte anos. Ele explica: “Essas aves são mais vorazes, consomem mais ração e água, e consequentemente geram mais calor. Por isso, precisam de um ambiente que permita trocar esse calor com o ar”.
Importância da ventilação
A principal forma de garantir essa troca de calor é por meio da velocidade do ar dentro dos galpões. “Precisamos avaliar como está a ventilação. Hoje, as aves necessitam de uma velocidade de 3,5 a 4,5 metros por segundo. Se o ar não circula adequadamente, o calor se acumula e o coração da ave trabalha de forma acelerada, o que pode causar insuficiência cardíaca crônica”, afirma o especialista.
João Nelson Arruda explica que muitos produtores confundem os sintomas de hidropericárdio, acúmulo de líquido no coração, com ascite, popularmente conhecida como barriga d’água. “A principal lesão encontrada nas necrópsias é o hidropericárdio. Ele ocorre porque a ave, exposta a altas temperaturas e pouca ventilação, desenvolve sobrecarga cardíaca e não consegue oxigenar o corpo adequadamente”, detalha.
Fases críticas da criação
Arruda alerta que a mortalidade tende a aumentar na fase final do lote, quando as aves estão mais pesadas e produzem mais calor. “Como na fase inicial a mortalidade é baixa, o problema dificilmente é sanitário, mas sim de ambiência. Precisamos retirar o calor do galpão e reduzir as temperaturas para que o coração da ave chegue em boas condições ao final do ciclo”, ressalta.
Para reduzir perdas e melhorar os índices de conversão alimentar, ele orienta os produtores a verificarem as condições dos equipamentos e da estrutura dos aviários. “É essencial revisar a vedação do galpão, a qualidade dos exaustores e garantir que todos estejam operando corretamente. Manter a velocidade do ar ideal é o primeiro passo para reduzir desperdício de ração e evitar que o frango gaste energia apenas para manter a temperatura corporal”, recomenda.
Controle da umidade
Outro ponto de atenção é o controle da umidade relativa do ar. “Quando a umidade está alta, a sensação térmica aumenta e a ave tem mais dificuldade de perder calor. Se o coração já estiver comprometido, a mortalidade será inevitável”, explica Arruda.
Ele reforça que a mortalidade elevada no fim do lote impacta diretamente a conversão alimentar e os resultados econômicos da granja. “Cada frango que morre nessa fase já consumiu grande quantidade de ração. Então, melhorar a ambiência é fundamental para evitar prejuízos”, conclui.
Com informações de: interligados.canalrural.com.br.
Publicado com auxílio de inteligência artificial e revisão da Redação Canal Rural.