A previsão do tempo para esta segunda-feira, 28, mostra a atuação de um ciclone extratropical no Sul do Brasil, com potencial para tempestades severas, ventos intensos e agitação marítima.
Os efeitos do fenômeno se estendem também a outras regiões, com impactos diversos em todas as áreas do país. Além da instabilidade provocada pelo ciclone, uma nova massa de ar polar se desloca sobre o território nacional e provoca queda acentuada nas temperaturas, com risco de geadas em vários Estados.
A Região Sul segue sob alerta para condições severas de tempo. O ciclone extratropical, em processo de formação desde domingo, mantém o potencial de chuvas intensas, ventos com rajadas entre 60 e 100 km/h e risco de granizo, especialmente no leste do Rio Grande do Sul, sul de Santa Catarina e oeste do Paraná.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu avisos de “perigo” e “perigo potencial” para as áreas atingidas. Há também risco de agitação marítima significativa, com ondas que podem atingir até 6 metros no litoral sul catarinense.
No Rio Grande do Sul, os acumulados de chuva podem ultrapassar os 100 mm em algumas regiões, sobretudo no sul e no litoral. A chuva é persistente ao longo do dia, e os ventos, mais intensos pela manhã e tarde, devem começar a perder força no fim da noite. A Defesa Civil alerta para possíveis alagamentos, inundações urbanas e queda de árvores.


A chegada da massa de ar polar provoca declínio expressivo das temperaturas. Em cidades da serra gaúcha e catarinense, como São Joaquim (SC) e São José dos Ausentes (RS), os termômetros podem registrar mínimas abaixo de 5°C. Há possibilidade de geadas ao amanhecer de terça-feira.
A frente fria que acompanha o ciclone alcança o Sudeste nesta segunda-feira e avança pelo interior de São Paulo desde o começo da manhã até atingir a capital paulista e o litoral ao longo do dia.
No Rio de Janeiro, as chuvas chegam à noite, com maior abrangência prevista para a terça-feira. Embora os acumulados não devam ultrapassar 50 mm, a mudança no tempo será sentida de forma ampla, como informa o site Meteored.
A passagem da frente fria é seguida por uma massa de ar frio, que derruba as temperaturas. A capital paulista, por exemplo, deve ter máxima de 17°C na terça-feira, uma queda de 12°C em relação ao domingo. Em Campos do Jordão (SP), a máxima não deve ultrapassar 14°C.
No Rio, a temperatura máxima prevista para quarta-feira é de 22°C, uma queda de 8°C em relação ao começo da semana. As mínimas previstas para quarta-feira nas regiões serranas do Sudeste ficam entre 3°C e 7°C, com risco de geadas pontuais na Serra da Mantiqueira, no sul de Minas Gerais e no sul fluminense.
Leia mais:
Ventos e instabilidades no Centro-Oeste
A Região Centro-Oeste também sente os efeitos da massa de ar polar a partir desta segunda-feira. Em Mato Grosso do Sul, a frente fria chega ao sul do Estado e provoca chuvas moderadas, principalmente nas regiões de fronteira. Há risco de tempestades isoladas, com possibilidade de granizo em áreas pontuais. Campo Grande deve registrar mínima de 13°C e máxima de 25°C.
Em Mato Grosso, o avanço do ar frio é mais notado no sul do Estado e região de Cuiabá, onde a temperatura sofre queda acentuada. Já no sul de Goiás, os efeitos da massa polar se manifestam principalmente à noite, com temperaturas mínimas mais baixas e sensação de frio.
O ar mais seco predomina nas demais áreas da região, sem previsão de chuvas significativas. A umidade relativa do ar pode atingir níveis críticos em algumas localidades, especialmente no norte de Mato Grosso e no leste goiano.
O contraste entre o litoral e o interior do Nordeste se intensifica nesta segunda-feira. Enquanto o agreste e o sertão continuam sob tempo seco, com céu aberto e umidade relativa do ar abaixo de 20% em municípios como Barreiras (BA) e Ibotirama (BA), o litoral segue sob alerta para chuvas volumosas e ventos fortes.
O Inmet emitiu avisos para oito Estados nordestinos. No litoral norte, de São Luís (MA) a Natal (RN), as rajadas de vento podem variar entre 50 e 80 km/h. No litoral leste, de Natal a Aracaju (SE), há previsão de chuvas persistentes com volumes de até 50 mm por dia, especialmente nas capitais João Pessoa, Recife e Maceió.
+ Leia mais notícias de Brasil em Oeste
As condições de tempo adverso podem provocar alagamentos e deslizamentos em áreas de risco. A previsão sugere continuidade desse padrão até a quinta-feira, 31, com acumulados totais que podem se aproximar de 100 mm em algumas cidades, principalmente em Alagoas.
No Norte do país, a atuação da massa de ar polar será mais tênue, mas suficiente para provocar um episódio de friagem — queda abrupta de temperatura causada pela entrada de ar frio vindo do Sul. Rondônia, Acre (leste) e parte do Amazonas (próximo à divisa com o Acre) estão entre os Estados afetados.
A temperatura não deve cair vertiginosamente, mas haverá sensação térmica de frio ao longo do dia. A previsão para a capital Porto Velho (RO) sugere mínima de 18°C e máxima de 27°C, patamar considerado ameno para a região. A umidade do ar segue elevada na maior parte da Amazônia Legal, com possibilidade de pancadas de chuva isoladas no oeste do Amazonas e norte do Pará.
Já o Tocantins permanece sob influência de tempo seco, sem previsão de chuva e com umidade relativa do ar abaixo de 30% em diversas áreas, inclusive Palmas, onde os termômetros podem variar entre 20°C e 34°C.
A segunda-feira, 28, será marcada pela formação de um ciclone extratropical no Sul do país, que traz risco de tempestades, ventos intensos e agitação marítima. A passagem de uma frente fria pelo Sudeste provoca chuva e forte queda de temperatura, enquanto a massa de ar polar avança e atinge também o Centro-Oeste, o Norte e parte do Nordeste.
Leia também: “O país da chuva”, artigo de Roberto Motta publicado na Edição 182 da Revista Oeste