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Violência contra a mulher é tema de peça de teatro exibida na ADFPG

Na peça, a atriz Michella França, diretora do Grupo Dia de Arte, interpreta uma mulher que viveu um relacionamento abusivo por 15 anos –

As dores e as angústias das mulheres que sofrem violência. Esse foi o tema da peça ‘O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou’ apresentada pelo Grupo Dia de Arte na Associação dos Deficientes Físicos de Ponta Grossa (ADFPG) nesta sexta-feira (17). O espetáculo encerrou a segunda etapa do projeto Dia de Arte para Todos que, ao longo dos últimos meses, promoveu apresentações gratuitas de teatro em comunidades periféricas, áreas rurais e instituições voltadas para pessoas com deficiência e neurodivergentes de Ponta Grossa. A iniciativa foi aprovada pela Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Paraná e recebeu recursos da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura.

Na peça, a atriz Michella França, diretora do Grupo Dia de Arte, interpreta uma mulher que viveu um relacionamento abusivo por 15 anos e que, em meio a tanto sofrimento, se redescobre e encontra forças para ser feliz de novo. Ela conta que escreveu a peça em 2019 e, desde então, já foram mais de 200 apresentações. “Quando eu escrevi esse texto, eu me inspirei em muitas vítimas de violência e conversei com várias delas. Infelizmente, essas histórias se repetem o tempo todo. E, muitas vezes, com mulheres que estão do nosso lado. Pode ser uma amiga que está passando por isso, mas não fala. Pode ser alguém da nossa família ou até uma pessoa que sentou do nosso lado no ônibus”, frisa. 

“Essas mulheres não largam os parceiros, porque elas não têm para onde ir, não têm uma renda, não têm um emprego. Elas também têm muito medo das ameaças e se veem sem saída. Elas não sabem como fazer para ter a vida delas de volta, porque é isso que eles tiraram delas”, enfatiza, destacando o quanto é difícil romper com o ciclo de abusos e violência. “É por isso que a gente tem que fazer a nossa parte e denunciar. Em briga de marido e mulher se mete a colher, sim, porque a gente pode estar salvando uma vida”, enfatiza.

Michella revela que a tema foi escolhido pela própria ADFPG como forma de conscientizar as pessoas atendidas pela entidade e seus familiares da importância de proteger as mulheres. “A gente ouviu relatos em todos os lugares onde nós apresentamos a peça. Infelizmente, a violência contra a mulher faz parte da nossa realidade e acontece em todos os lugares, independente de classe social ou outras limitações”, alerta.

Arte que leva à reflexão

O diretor do Grupo Dia de Arte, David Dias, destaca que o grupo sempre privilegia temas atuais e de impacto na sociedade, como é o caso da violência contra as mulheres. “A gente trabalha com muitos temas sociais e procura, através do teatro, fazer as pessoas refletirem e se questionarem. Mesmo que seja uma reflexão pequena, mas se a pessoa voltar para casa com um pouquinho daquilo que foi dito no espetáculo, nem que seja uma frase, a gente já sente que a nossa missão foi cumprida”, enfatiza.

Ele comenta ainda que a receptividade do público foi o momento mais marcante dessa segunda etapa de apresentações do projeto. “A gente saiu com o coração muito quentinho e muito apaixonado de todos os lugares que a gente foi. Nós fomos em lugares bem descentralizados e o público sempre nos recebeu com muito carinho”, destacando que o propósito do projeto era levar espetáculos de teatro para comunidades que, muitas vezes, não têm acesso a arte. “Aqui mesmo, na ADFPG, eles comentaram que raramente vêm apresentações para cá. Desde o momento que a gente chegou, a gente viu a animação deles. Então, a gente vê como o nosso trabalho é transformador e faz a diferença na vida das pessoas”, frisa.

Dia de Arte para Todos

A segunda etapa do projeto Dia de Arte para Todos começou no dia 02 de outubro e, ao todo, foram 10 apresentações gratuitas dos espetáculos “Entre o sol e a lua”, “Aí! Sumiram os brinquedos”, “Heróis da Natureza”, “O que eu deveria ser se não fosse quem eu sou”, “Memórias”, “Uma aventura no mundo dos livros” e “Querem acabar comigo”. As peças foram exibidas para os alunos do Colégio Estadual Santa Maria, Escola Municipal Padre José Bugatti, Escola Municipal Armida Frare Gracia, Escola Municipal Lúcia Pacher, Escola Municipal Guitil Federmann, CMEI Profª Lindamara Paciesny e Associação dos Deficientes Físicos de Ponta Grossa (ADFPG). As peças contaram com uma equipe de profissionais qualificados em Libras e audiodescrição, tornando os espetáculos acessíveis para o público com deficiência auditiva, deficiência visual ou baixa visão.

Com informações de assessoria de imprensa 


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