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Vitória com a cara do Atleti e a inerente impressão de que o time pode muito mais

Jogos do Atlético de Madrid, invariavelmente, deixam a impressão de que o time pode muito mais. Na atual temporada, com os reforços que chegaram, a expectativa subiu bastante.

A vitória por 2 a 1 contra o RB Leipzig, na estreia da Uefa Champions League, foi extremamente importante pela qualidade do adversário. Bem típica também do time comandado por Diego Simeone, com o gol marcado no final por Josema Giménez e grande atuação individual de Antoine Griezmann.

Para a torcida, apenas comemoração. Na análise mais fria da partida, a impressão de que o nível de atuação do time ainda está longe do ideal.

Simeone mudou taticamente e a equipe entrou em campo no 3-4-3, com Ángel Correa e Antoine Griezmann pelos lados e Julián Alvarez centralizado. Samuel Lino saiu da formação inicial para a entrada de Rodrigo Riquelme na ala esquerda.

Já o Leipzig marcava no 4-4-2, dando o campo para os donos da casa. Com a bola, na transição, Arthur Vermeeren e Amadou Haidara tinham Antonio Nusa, Loïs Openda e Xavi Simons à frente, com Benjamin Sesko na referência.

O primeiro gol surgiu logo aos quatro minutos em um contra-ataque onde Sesko avançou com enorme liberdade por pelo menos trinta metros. Jan Oblak ainda fez grande defesa na finalização de Nusa, mas a defesa não conseguiu impedir o rebote com o próprio atacante esloveno.

A partir daí o Atleti foi obrigado a assumir uma postura com a qual não está acostumado. Precisou atacar e pressionar o Leipzig. Ofensivamente funcionou, porque criou duas grandes chances e na terceira Griezmann marcou após cruzamento da direita. Só que os alemães, bem organizados taticamente, seguiam perigosos a partir dos lançamentos para o ataque.

Na prática, o jogo ficou equilibrado, bem mais do que as estatísticas indicavam. Foram 13 finalizações colchoneras contra três dos visitantes, só que no alvo a vantagem era dos alemães em 2 a 1.

O segundo tempo evidenciou diversos problemas do Atlético de Madrid. Não faltam vibração e determinação para os jogadores em campo, isso é claro. A equipe luta e sofre como quer seu treinador. Só que falta repertório.

Parte do estádio vaiou a substituição de Rodrigo de Paul por Connor Gallagher. Não pelo inglês, mas pela saída do argentino e, talvez, pela manutenção de Koke, que pouco fez em campo. Samuel Lino demorou a entrar por Riquelme e Alexander Sorloth por Julián Alvarez teve mais a ver com questões físicas do que técnicas – apesar do atacante da seleção argentina ainda não estar rendendo.

Depois foi a vez de Nahuel Molina ficar com o lugar de Correa e deslocar Marcos Llorente para o meio-campo. Tudo muito previsível, diante de um treinador que, com as alterações feitas desde o intervalo, quando tirou Nusa e colocou Christoph Baumgartner, sabia o que queria.

Marco Rose manteve a rotação alta da equipe, pressionando sempre a bola e extremamente bem organizada dentro de campo, com coberturas corretas e velocidade para atacar. Menos técnica e com menos qualidade do que seu adversário, mas mais organizada e consciente da própria proposta de jogo.

Foi na base da pressão, empurrado pela torcida no Cívitas Metropolitano, que Giménez subiu mais do que toda defesa alemã para fazer o 2 a 1.

Imaginar que o Atlético de Madrid, com Diego Simeone, se tornará uma equipe ofensiva, que prioriza o talento de seus jogadores, é uma ilusão. A cobrança deve ser para, ao menos, ser eficiente nas ideias do treinador argentino. Por mais que isso ainda pareça pouco.

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