Por Marine Strauss e Bart H. Meijer
ESTRASBURGO, França (Reuters) – A pr4esidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nomeou nesta terça-feira sua equipe, que liderará a instituição mais poderosa da União Europeia nos próximos cinco anos, adaptando-a para se concentrar nos desafios impostos pelas mudanças climáticas, pela guerra na Ucrânia e pela ascensão da China.
Andrius Kubilius, da Lituânia, será o primeiro comissário de Defesa da União Europeia, com a nova função destinada a desenvolver a capacidade de fabricação militar europeia em face da agressão russa na Ucrânia, no flanco leste do bloco.
A ministra de Energia e Meio Ambiente da Espanha, Teresa Ribera, será a próxima comissária antitruste do bloco, também responsável por uma ‘transição limpa, justa e competitiva’.
‘Ela guiará o trabalho para garantir que a Europa permaneça no caminho certo para atingir suas metas estabelecidas no Acordo Verde Europeu. E que descarbonizemos e industrializemos nossa economia ao mesmo tempo’, disse Von der Leyen em uma coletiva de imprensa.
A mudança climática ‘é o principal pano de fundo de tudo o que estamos fazendo’, disse.
Mas, em comparação com seu primeiro mandato de cinco anos, ‘o tema da segurança, desencadeado pela guerra russa na Ucrânia, mas também o tema da competitividade, têm… muito mais impacto sobre a composição e o projeto’ de sua nova equipe, disse ela.
A Comissão Europeia tem o poder de propor novas leis da UE, bloquear fusões entre empresas e assinar acordos de livre comércio.
Cada um dos 27 Estados-membros do bloco terá um assento na mesa da Comissão, um papel comparável ao de um ministro do governo, embora seu peso político varie muito dependendo da pasta.
Outros nomes na lista de comissários da UE incluem o ministro das Relações Exteriores da França, Stephane Sejourne, responsável pela estratégia industrial, enquanto Maros Sefcovic, da Eslováquia, supervisionará as políticas comerciais e Kaja Kallas, da Estônia, será responsável pela política externa.
O indicado da Polônia, Piotr Serafin, foi nomeado para a poderosa função de supervisionar o orçamento da UE.
Todos os candidatos passarão por audiências com os legisladores do Parlamento Europeu, que devem aprovar sua nomeação.
Todos os comissários se reportarão à conservadora alemã Von der Leyen, que recebeu dos Estados-membros um segundo mandato como executiva-chefe da UE depois que seu campo político obteve a maioria dos votos nas eleições do bloco.
Espera-se que a próxima Comissão Europeia assuma o cargo até o final do ano, o que significa que uma de suas primeiras tarefas será analisar o resultado da eleição presidencial dos Estados Unidos em novembro.
Um segundo mandato de Donald Trump pode alterar drasticamente a unidade ocidental no apoio à Ucrânia contra a invasão da Rússia e acabar com as relações comerciais da UE com a maior economia do mundo.
Há 11 mulheres na equipe da Comissão que Von der Leyen propôs na terça-feira, muito aquém do equilíbrio de gênero que ela almejava. Ela disse que o desequilíbrio era ainda pior antes de negociar com os Estados-membros para que eles propusessem mais mulheres para os cargos.
Cada novo comissário precisará ser aprovado em uma audiência no Parlamento Europeu, prevista para as próximas semanas, na qual os legisladores da UE tentarão extrair promessas dos indicados sobre o que eles farão se conseguirem o cargo.
O Parlamento da UE pode bloquear os indicados da Comissão.
(Reportagem de Marine Strauss, Sudip Kar-Gupta, Jan Strupczewski, Foo Yun Chee, Andrew Gray e Kate Abnett, em Bruxelas; Bart Meijer, em Amsterdã, e Tassilo Hummel, em Paris)