O Ministério das Comunicações do Líbano informou, nesta quarta-feira, 18, que os aparelhos walkie-talkies que explodiram no país eram um modelo descontinuado da empresa japonesa Icom.
O ministério afirmou que ninguém forneceu os rádios IC-V82 por meio de um distribuidor autorizado. Além disso, o órgão informou que eles não tinham licença oficial e que os serviços de segurança não os inspecionaram.
A Icom ainda não comentou o assunto. A empresa informa no seu site que descontinuou o IC-V82 e que a maioria dos modelos ainda disponível no mercado é falsificada.
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“Sobre o rádio relatado na mídia, o IC-V82 é um rádio portátil que foi produzido e exportado, inclusive para o Oriente Médio, de 2004 a outubro de 2014”, afirmou a Icom, em comunicado oficial. “Ele foi descontinuado há cerca de 10 anos e, desde então, não foi enviado por nossa empresa.”
Imagens divulgadas nas redes sociais nesta quarta-feira alegam mostrar alguns dos aparelhos que explodiram.
Cerca de 20 pessoas morreram com as explosões dos walkie-talkies
O Ministério da Saúde local confirmou que pelo menos 20 pessoas morreram e mais de 450 ficaram feridas. Entre 15 e 20 explosões ocorreram nos subúrbios ao sul de Beirute e em quantidade semelhante no sul do Líbano.
Os feridos foram levados para hospitais que rapidamente ficaram sobrecarregados.
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Em um centro de saúde em Beirute, um médico descreveu os ferimentos como “nunca vistos antes”.
O Líbano afirmou ainda que muitos tinham lesões oculares e alguns sofreram amputações e mencionou que Turquia, Iraque, Irã, Síria e Egito ofereceram ajuda médica. Um avião militar iraquiano enviou 15 toneladas de medicamentos e equipamentos médicos para o país.
Os walkie-talkies são menos comuns do que os pagers que explodiram na terça-feira, 17, sendo usados principalmente por organizadores de eventos como funerais e marchas.