O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, declarou nesta sexta-feira, 4, que conversou com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o reforço das defesas aéreas de Kiev.
Segundo Zelensky, Trump se comprometeu a cooperar para “proteger o céu” da Ucrânia. O presidente ucraniano também relatou ter debatido com o homólogo norte-americano a possibilidade de produção conjunta de equipamentos militares, além de tratar de aquisições e investimentos no setor de defesa.
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“Foi um diálogo importante”, afirmou Zelensky. “Decidimos promover um encontro entre nossas equipes para ampliar as capacidades de defesa aérea. Conversamos de forma aprofundada sobre a fabricação conjunta de equipamentos — algo essencial tanto para nós quanto para os Estados Unidos.”


EUA suspendem envio de armas para a Ucrânia
Nesta mesma semana, os Estados Unidos haviam anunciado a interrupção do envio de parte de seu armamento para a Ucrânia, incluindo sistemas de mísseis destinados à defesa aérea. Conforme o Pentágono, a suspensão ocorre em virtude de uma revisão nos gastos militares destinados ao auxílio de países estrangeiros.
O secretário de Defesa, Pete Hegseth, autorizou a revisão e explicou que o processo já estava em andamento havia alguns meses. Não foi esclarecido se o suporte militar a outras nações também seria impactado.
De acordo com a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Anna Kelly, a medida tem como objetivo “priorizar os interesses dos Estados Unidos”.
Tensão aumenta no Leste Europeu
Zelensky deu a declaração em meio às tensões no Leste Europeu. Neste sábado, 5, as Forças Especiais da Ucrânia anunciaram que atacaram uma base aérea russa localizada em Borisoglebsk, na região de Voronezh. A ofensiva atingiu um depósito de bombas planadoras e também danificou uma aeronave de treinamento.
Em retaliação, Moscou lançou mais de 300 drones contra alvos ucranianos entre a noite desta sexta-feira, 4, e a madrugada deste sábado. Desse total, quase 160 teriam sido derrubados e 135 ficaram fora de controle por interferência eletrônica.


A principal área afetada foi Khmelnytskyi, no oeste do país. O governador local, Serhii Tyurin, relatou que não houve vítimas, feridos nem danos relevantes.
Na sexta-feira, a Rússia já havia promovido, de acordo com autoridades militares ucranianas, o maior bombardeio aéreo desde o começo do conflito em 2022. Diversos drones e mísseis atingiram Kiev, o que resultou na morte de duas pessoas e deixou outras 26 feridas, conforme disse o prefeito da capital, Vitali Klitschko.