A Força Aérea Brasileira (FAB) reforçou o controle do espaço aéreo e utilizou caças A-29 Super Tucano para interceptar três aeronaves. Elas ingressaram em uma área de exclusão criada para a cúpula do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) no Rio de Janeiro.
+ Leia mais notícias de Política em Oeste
As interceptações ocorreram no sábado 5, e neste domingo, 6, e envolveram aeronaves da aviação geral. “Elas foram orientadas a sair das áreas de exclusão e obedeceram a ordem”, afirmou o tenente-coronel Deoclides Fernandes, comandante do Centro de Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA), em entrevista à CNN.


Os caças atuaram no sentido de acompanhar essas aeronaves. Eram voos que inadvertidamente entraram, talvez por uma inobservância, isso está sendo investigado, e escoltamos no sentido que saíssem das áreas previstas.”
Segundo a FAB, duas interceptações foram de aeronaves que sobrevoavam as áreas de exclusão. O objetivo foi a averiguação dos dados de voo e autorizações. As aeronaves foram orientadas pelos órgãos de controle a mudar a rota. O trajeto foi acompanhado pelos caças A-29 Super Tucano.
Uma terceira ocorrência foi relativa a um tráfego irregular de um helicóptero. Ao avistar o caça A-29, a aeronave saiu da área restrita e pousou em um local isolado. A posição foi informada às forças de segurança do evento.
Como parte do plano de segurança aérea, a FAB também mobilizou caças F-5M com mísseis embarcados. De acordo com o comandante de Operações Aeroespaciais, tenente-brigadeiro do Ar Alcides Teixeira Barbacovi, o uso de armamento tem como objetivo reduzir o tempo de resposta em caso de uma ameaça identificada.
O Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) definiu zonas de exclusão ao redor do Museu de Arte Moderna (MAM), local das reuniões, que ficam ativas uma hora antes e uma hora depois de cada sessão. A maior dessas zonas tem raio de 150 quilômetros e restringe voos de instrução, passeios turísticos, pulverização agrícola, manobras acrobáticas, drones e parapentes.
Além disso, foi delimitada uma área com raio de 10 quilômetros, onde só podem circular aeronaves vinculadas diretamente à organização ou à participação na cúpula. Outra região, de 1.350 por 955 metros, cobre o trecho entre o MAM e o Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Nessa faixa, apenas o helicóptero de resgate da FAB tem autorização para operar.
Leia mais: “Dilma diz que estava certa ao falar em ‘estocar o vento’”
A operação segue o modelo utilizado durante a cúpula do G20, em 2024. As aeronaves empregadas no patrulhamento aéreo estão equipadas com armamento conforme os protocolos previstos para encontros de chefes de Estado.
A FAB declarou que as razões da entrada nas áreas restritas estão sendo apuradas. Há suspeita de falha no cumprimento das regras de navegação.